Automação nas Nuvens: um exemplo de tecnologia de “peso leve”

Os modelos de gestão robótica em RPA variam, no tocante à arquitetura dos projetos, desde a ativação manual de robôs em workstations pelas equipes operacionais até a ativação remota por um clique do usuário ou de modo automático, conforme rotinas de execução pré-definidas no tempo.

Independentemente do modelo de gestão adotado, característica determinante da adoção de RPA no negócio é sua flexibilidade operativa. Com isso, tem-se em mente tanto a facilidade de manuseio ou gestão do usuário final, uma vez entregue o projeto de automação, quanto à sua adaptabilidade aos sistemas existentes, sem necessidade de criação, substituição ou expansão de plataformas custosas¹, o que se compreende, hoje, como tecnologia de informação de “peso leve” ou lightweight IT².

Esses benefícios são especialmente salientes quando se pensa em integração com ambientes em nuvem, para os quais governança e interoperabilidade são aspectos chave. Assim como as soluções de RPA superam as limitações de muitas tecnologias legadas, cuja migração para outro ecossistema é difícil, e são facilmente integradas a serviços em nuvem, também sua orquestração via cloud plataform apresenta notáveis avanços.

Um orquestrador, em RPA, é uma plataforma em nuvem que engloba um pacote de funcionalidades, dentre as quais podem ser listadas: dashboard para visualização das tarefas e robôs em atividade, com acompanhamento em tempo real dos registros processados e seus status; agendamento de atividades, viabilizando a definição de horários para ativação automática de cada tarefa robotizada, filas e conjuntos de robôs; emissão de alertas em caso de falhas nos sistemas escopo que afetem as atividades dos robôs, dentre outras.

Diz-se que uma tecnologia é generativa na medida em que se apresenta como função crescente sua capacidade de alavancagem e adaptabilidade a uma vasta gama de tarefas, facilidade de domínio e acessibilidade³. Nesse sentido, RPA se torna cada vez mais um exemplo exponencial de função generativa, visto que projetos de automação robótica incrementados podem, além de seus artefatos e fluxos automatizados (que juntos compõem a busisness innovation⁴), oferecer aos especialistas fora do departamento ou background de TI ferramentas para a definição/configuração de filas de processamento ou schedules, para suporte ao diagnóstico de operações e redefinições de parâmetros (credenciais, limites de rotinas de recuperação etc.) e versionamento de modo ágil. Algumas dessas funcionalidades contam com a possibilidade de exibição ou execução, inclusive, por meio de dispositivos móveis, o que facilita o acompanhamento pelos usuários ou gestores dos robôs em produção.

Desse modo, encontram-se projetos de RPA fortemente alinhados com boas práticas de acessibilidade, segurança, auditoria, interação multi-plataforma, suporte em nuvem e, ainda, facilidades da portabilidade por dispositivos mobile (smartphone). Assim, é possível impulsionar cada vez mais a inovação e a simplificação de fluxos e negócios de uma ponta à outra: da interação com camadas de aplicação de sistemas legados até uma “memória de gestão” hospedada nas nuvens.

 

 

Referências:

1 WILLCOCKS; LACITY; CRAIG. The IT Function and Robotic Process Automation. In: The Outsourcing Unit Working Research Paper Series, 2015, p. 7.
2 BYGSTAD, B; IDEN, J. A Governance Model for Managing Lightweight IT. WorldCIST 2017: Recent Advances in Information Systems and Technologies, 384-393, Springer, 2017.
3 BYGSTAD, B.: The coming of lightweight IT. In: Proceedings of European Conference of Information Systems (ECIS), Münster, Germany, 2015.
4 BYGSTAD, B. Generative innovation: a comparison of lightweight and heavyweight IT. Journal of Information Technology, 32(2), 180-193, 2017.

 

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